ENTREVISTA



Entrevista com escritor (Poeta) Daniel Lungarezi
AS DIFICULDADES DO ESCRITOR NO MERCADO EDITORIAL BRASILEIRO


O caminho usual dos autores que estão começando, é a publicação de seu livro numa editora pequena, mas é preciso ter recursos, pois os gastos são grandes, ou ele leva direto para uma gráfica ou paga a editora para faze-lo. Neste caso precisa ser uma editora que tenha canais de distribuição em livrarias, pois do contrário não terá retorno financeiro.
Em entrevista ao escritor e poeta Daniel Lungareze,formado em letras, pela Universidade de Santo Amaro no ano de 2004. Ele conta das dificuldades referente ao mercado brasileiro na publicação de suas obras.


A - Referente ao mercado literário brasileiro, está sendo fácil publicar uma obra?

D - Não foi fácil, devido eu ser amador e não ter um "padrinho" que me encaminhasse.
Assim, foi necessário achar editoras onde fosse pago para ter o trabalho editado.
Fiz orçamento em dez editoras e em seguida, apresentei aos meus pais. Mostrei-me maturo apresentando a minha família não só meu trabalho em corpo profissional bem elaborado com capa, prefácio, índice e patentiação, mas também uma relação de dez editoras com orçamento, endereço e telefone. Com isso, não precisei mais de argumentos. Fomos até a editora e compramos o serviço.

A - Quanto ao retorno financeiro, se tratando de um escritor ainda não reconhecido, consegue-se obter algum lucro?
D - Infelizmente não há nada fácil quando se trata de ganhos financeiros no Brasil. Primeiramente, tive de vencer o maior dos obstáculos: minha família. Esta não acreditava em meu potencial literário, o que fez minha busca pela editora mais difícil. Eu realizei muitas pesquisas através da internet e consegui o apoio de meus professores da faculdade para revisar meu trabalho. Entrei em contato com todas as editoras de São Paulo e mandei cópias de meu trabalho para análise. Informei-me quanto ao registro de patentiação para não ser prejudicado e aguardei respostas das editoras.

A - Como foi feito o trabalho da editora no processo de publicação de seu livro?

D - A editora cobrava uma taxa alta para distribuição, então me propus a ficar com todos exemplares (500 unidades) para então revendê-los. Apresentei-me em vários sarais poéticos onde consegui entrevista com a rádio jovem pan, TV Universitária e vários jornais. Com isso, conheci o ator Claudio Laureatti e a professora e cantora Leila que me apresentaram ao teatro. Em atuação no teatro ficou fácil divulgar minha obra e passei também a escrever peças, também consegui que o Colégio Exato adotasse meu livro para ensino de literatura no 1º ano do Ensino Médio. Resumindo, mesmo sem patrocínio e tendo de distribuir eu mesmo a obra, consegui fama e retorno financeiro. Dificuldades existem, mas só pra nos mostrarmos fortes e capazes de vencê-las.

A - Agora falando de seu livro Amor em versos, sua poesia é constituída de sensibilidade e cheia de beleza, muito agradável de ler. O que o poeta Daniel Lungareze diz da sua própria poesia?

D - Sou suspeito a dizer, pois há poesias que escrevo e depois nem acredito ter sido eu mesmo o autor. Adoro minha poesia e queria apenas conseguir metrificá-las como faziam os grandes e famosos poetas.

A: Em que período da sua vida aconteceu o encontro com a poesia?
D: O primeiro contato foi durante minha pré-adolescência, aos 12 anos em meados de 1993.Nessa época eu ainda não encarava isso seriamente e nem as minhas escritas como poesias. Era mais um "desabafo" perante a uma espécie de estresse familiar.

A: Quantos livros possuí?
D: Eu escrevi 3 livros de poesias, embora tenha lançado apenas um junto à editora. "Amor em versos" lançado em 2001, onde as poesias cantam a vida de um "eu" iludido com o amor. Ora feliz declarando seu sentimento, ora depressivo desejando sua morte. Nos dois outros livros "Versos Caídos" e "No alto da montanha" (livros ainda não lançados) falo da dor da perda de meu pai e junto ao meu estilo, minha crença mística. Considero estes, superiores ao primeiro devido à carga literária obtida na faculdade.

A: Qual o seu tema central?
D: Minhas poesias são sentimentos e pensamentos de minha pessoa.


A: Existe alguma musa inspiradora?D: Tive muitas ilusões e desilusões, principalmente durante a escrita de "Amor em Versos". Mas tive sim, um amor platônico no Ensino Médio em 1999 que me inspirou na maioria das poesias. Seu nome é Adriana, uma amiga que até hoje conservo, mas que nunca passou de uma bela amizade.

A: Você acha que no mundo de hoje com a inclusão digital o grande espaço que ganhou e está ganhando a internet, ainda existem leitores para a poesia?D: Não só acho como tenho certeza. Mensagens para ser enviadas por e-mail, mensagens no orkut e nas músicas que ouvimos. A poesia está em tudo. Homens mandando poesias para as mulheres via internet a fim de conquistá-las ou vice-versa e livros eletrônicos de poesias para serem baixados e lidos no próprio computador. A poesia é a vida das pessoas, por mais que o mundo se modifique, o coração da gente não muda.

A: Como você se define? Mudaria alguma coisa a seu respeito?D: Considero-me uma pessoa que sofreu muito no passado e que ainda passa por certas turbulências no presente. Se pudesse mudar, voltaria no tempo e descobriria meu dom de outra forma. A poesia sempre me foi um "escape", um "desabafo". Espero que seja um dia, não só pra mim, mas pra toda humanidade, uma manifestação de felicidade.
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